06 outubro 2004

A tradição ainda é o que era

Para contentamento dos mais saudosistas e nostálgicos, esta semana está a ser fértil em acontecimentos que me levam a pensar que afinal, a tradição ainda é o que era...

Primeiro foi o camarada Carlos Carvalhas a informar o país que se iria retirar da liderança do Partido.
Depois foi o cronista-mor da TVI, o professor Marcelo Rebelo de Sousa, que decidiu, após conversa com o patrão da estação de TV, abandonar o lugar de comentador político de domingo.

Coincidências?

A saída de Carvalhas fez-me lembrar os velhos tempos da URSS e das comunicações que o camarada "X" se iria retirar do posto por "doença repentina".
Segundo alguns órgãos de comunicação, essa saída teria sido imposta pela "linha dura" do PCP, talvez descontente com a prestação mais moderada e menos carismática de Carvalhas.

Quanto a Marcelo, as suas críticas semanais ao governo estavam a subir de tom e a incomodar cada vez mais os Santanistas.
Nada pior para Santana Lopes do que ter um carismático e respeitado ex-presidente do seu partido a arrasar semanalmente a prestação (ou a falta dela) do governo.
Mais uma vez se comenta a pressão do governo junto da TVI para silenciar o comentador.

São dois acontecimentos distintos, é certo. Mas os métodos são semelhantes...

Há coisas que nunca mudam.

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